Antes de você ler este texto eu preciso lhe dizer que ele foi feito no momento de pura emoção e todas as vezes que eu leio começo a chorar acabo deixando passar algum erro de gramatica, espero que não tenha, mas fique o aviso.
Todas as vezes que assisto Marley & Eu, dou gargalhadas e choro muito, tudo porque ele me faz lembra o meu Marley. O meu Marley, não se chamava assim, mas Rafique. E você me pergunta: “Porquê esse nome?” Lembram do filme O Rei Leão e da cena do Simba sendo apresentado pelo macaco, então aquele macaco se chama Rafique. (observação não sei, se o nome se escreve assim originalmente, mas o meu Rafique se escreve assim.)
Eu e ele tivemos um início de relação complicada, no início eu não gostava do Rafique, apenas tinha dó e por isso lhe alimentava e cuidava; mas ele ao contrário sempre gostou de mim. Quer saber o porquê eu não gostava dele, simplesmente porque eu achava errado gosta dele, quando tinha acabado de perder o Bidu, achava que era traição gosta de outro cachorro.
Rafique teve que rebola, busca graveto, destruí os panos de chão da minha mãe, muitas vezes antes de eu gosta dele, livremente, e com o passar do tempo eu já não podia viver sem sua presença.
Lembro de quando nos mudamos de casa, ele fugiu e ficou uma semana perdido, para nossa sorte morávamos numa cidade pequena e meu pai o encontro num antigo vizinho de onde morávamos anteriormente. A partir daquele momento me dei conta o quando amava ele.
Rafique foi meu companheiro em diversos momentos da minha vida. Sempre vou me lembrar de quando ele escapava e queria nos acompanhar para todos os lugares que íamos. Das vezes em que eu estava triste ou adoentada em que ele se sentava ao meu lado. Das inúmeras vezes em que eu brigava com ele para não subir no sofá. Da gente assistindo TV juntos. De como ele gostava de farelo de bolo (detalhe nunca alimente seu cão com doces.).
Do ciúme dele quando adotamos outro cachorro, o Beethoven. Até ele se acostumar foi um custo. Um dia estava brincando com o Beethoven de rosto com rosto, tipo beijo de esquimó e vi que o Rafique estava com ciúme, então fui inventar de fazer a mesma coisa com ele, pra quê, ele me mordeu no nariz, ainda tenho a cicatriz.
Da vez que ele quase morreu envenenado, caçando um rato em casa. Ele era um ótimo caçador de ratos e aranhas caranguejeiras, eles não tinham a menor chance com ele.
No meio de tudo isso o Beethoven se foi antes do que imaginávamos, fiquei muito triste, por não poder fazer nada para salvar a sua vida. Ele foi assassinato por algum vizinho, que lhe deu uma bolinha de carne com cacos de vidro e como ele era novinho e inocente comeu, Rafique já era mais esperto e não caiu nessa armadilha, sinto muita falta dele.
Quando completei 14 anos, depois de alguns meses nos mudamos para Várzea Grande MT, e Rafique, óbvio veio com a gente. Nossa longa viagem de caminhão, foi acompanhada de paradas para saber se estava tudo bem com ele na caçamba, e é claro também com os móveis da mudança.
Anos se passaram e Rafique acompanhou todas nossas mudanças. Passou por todas nossas dificuldades e nunca mais fugiu, exceto quando ele fugia para dar as voltas dele, mas já voltava logo depois de namorar as cadelas do bairro e marca território.
Um dos dias mais tristes da minha vida foi quando ele se foi. Sabem os cachorros de alguma maneira sente que vão embora, e eles se afastam da casa. Ele ficou doente e a velhice piorou o caso, não havia mais nada a ser fazer a não ser esperar.
Sinto-me culpada às vezes por não esta perto quando ele se foi, no dia em que ele morreu escrevi isto na minha agenda.
29 de julho, sexta-feira de 2009
“Foi embora o meu lindo. Quem eu vou chamar de meu preto? Manda beijos e colocar para dentro de casa quando chover? Quem vai sorrir, por simplesmente me ver? Quem?”
Sim, ele era um pedaço da minha família, um amigo, um companheiro. Ele odiava trovões e fogos de artifícios, mas me amava sem pedir nada. Por fim deixo a frase final do filme Marley & Eu:
"Um cachorro não precisa de carrões, casas grandes ou roupas de marca. Um graveto está ótimo pra ele. Um cachorro não se importa se você é rico ou pobre, inteligente ou idiota, esperto ou burro; dê seu coração pra ele e ele lhe dará o dele. De quantas pessoas você pode falar isso? Quantas pessoas te fazem sentir raro, puro e especial? Quantas pessoas fazem você se sentir extraordinário?" Marley & Eu
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